terça-feira, 19 de outubro de 2010

Introspecção

Neste instante de profundo olhar
Reparo que o que está dentro de mim
Suporta o que acontece fora de mim.
Escuto o tempo e isento-o,
As palavras vagas e cheias de razão,
Passando como rios imensos que sempre correm,
Ou o canto dos pássaros em voo distante.
A doçura das almas que me tocam,
Semeada na aridez de terreno sem dono,
Surge no diálogo mudo com o sol.
Depois, encaminho a minha escrita, de nudez completa,
Para a lua, correctora isenta, que a devolve
Com palavras de luz e de sede
Caídas mortas no tempo de ninguém.



Julia Fernandes, 2009

1 comentário:

  1. Olá Julia

    Muito belo este teu poema...
    Isentar o tempo em nós e voar pela natureza
    com palavras descomplexadas e cheias de luz...

    Gostei muito da tua pintura!

    Bj José

    P.S. Podes visitar os meus blogs, clicando na foto.

    ResponderEliminar